Há uma tradição ao navegar pelo Cabo Horn pela primeira vez: o batismo. Assim como os que cruzam a linha do Equador pela primeira vez devem passar por um batismo (podendo variar desde um simples cerimonial a um verdadeiro trote com as mais variadas pegadinhas), os que passam por esta parte do mundo são batizados.
Aqui, num cruzeiro de luxo, naturalmente não ocorreu nada de muita sacanagem. O batismo foi uma concha de água do mar na cabeça, como um batismo de igreja. Porém imaginem o frio e o vento que estava! Era insuportavelmente frio e era necessário segurar-se muito bem nos corrimões externos para não ser levado pela ventania. Não preciso nem comentar o vestuário. Eu tive que tirar os brincos das orelhas da força do vento! Estavam quase sendo arrancados.
Apesar desta experiência, o comandante nos avisava pelo auto-falante que estávamos com sorte e poderíamos circunavegar toda a ilha do Cabo Horn. E assim foi feito.
Um pouco de geografia e história:
O cabo Horn é uma das passagens marítimas mais violentas do globo terrestre. É o local onde as correntes marítimas do Atlântico e do Pacífico se encontram e onde não há na mesma latitude terras que amenizem os ventos. Além disso, também há a forte influência dos ventos vindos da Antártica, resultando em uma área onde em poucos minutos uma calmaria transformar-se rapidamente em enormes tempestades. Nesta passagem ainda há inúmeras ilhas e rochas que ao longo da história marítima provocaram o naufrágio de centenas de embarcações.
Hoje em dia, com a tecnologia marítima aprimorada (GPS, sonares, comunicação via satélite, etc), pode-se enfrentar esta natureza selvagem até mesmo com um navio de turistas, porém sempre com muita, mas muita cautela.
O Cabo Horn foi descoberto pelos Holandeses que procuravam uma passagem livre do Atlântico para as Índias. O Cabo da Boa Esperança na África estava de “posse” dos portugueses e o Estreito de Magalhães (ano 1520) no sul da América do Sul era dos Espanhóis.
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