Isso explica um pouco da severidade do clima nesta região.
Outras curiosidades do amadorismo do ser humano é a tentativa de inserção de espécies não nativas na região. Como havia muitos índios na região e o homem branco já dominava o local, para ajudar os nativos a se alimentarem trouxeram alguns pares de coelhos para Ushuaia. Em pouco tempo os coelhos tornaram-se pragas pela rapidez na reprodução. Para tentar solucionar o problema, trouxeram raposas cinzas do Canadá que neste locais comiam coelhos. Porém estas avaliaram ser mais interessante comer as ovelhas dos pastos, pois são mais lentas, facilitando a caça. Problema criado a mais para os pastoreiros. Ocorre também que as raposas vermelhas, originais da região, estão ficando em menor proporção devido a competição de espaço.
Outro problema ambiental advindo de algum “cabeça de bagre” foi que trouxeram 25 castores para a região para fomentar o comércio com a venda da pele. Estes animais reproduziram-se tanto que estima-se existirem atualmente 250 mil castores em Ushuaia e arredores. O governo paga para as pessoas caçarem estes animais visto que o problema ambiental é gravíssimo: o número de corte de arvores por estes animais é enorme sem falar dos diques que constroem, criando lagos e secando rios na região.
Parque Nacional Terra do Fogo
Para fazer algo diferente na região contratei um passeio de canoa no parque nacional. Foi ótimo. A canoa era inflável, estilo “duck”, para 3 pessoas. Comigo foi o Fernando e seu pai e na outra canoa foi meu pai, Nanda e o guia. O trajeto era rio abaixo, pouca corredeira e uma paisagem maravilhosa, com picos nevados, remansos, flora belíssima, patos, aves. Perto do final do passeio, já em águas mais profundas e perto do mar (água salobra) um visitante chegou para nos saudar ao lado de minha canoa: um gorducho leão marinho! Fungou ao nosso lado, mostrou o rosto, depois virou a barriga para cima e sumiu nas águas gélidas e limpas. Isso é a coisa mais gratificante que pode existir: ver a natureza no seu habitat natural, nos saudando com toda a simpatia de um simpático leão marinho! :-)))
Eu, "seu" Varela e Fernando
Papai e eu na parada para descanso, tomar água e tirar água do bote (ou da bexiga para os mais apurados)
Passando por uma pequena ponte no caminho. Eu estou na frente do bote.
O guia, Nanda e meu pai no outro bote.
Dicas para o parque nacional da Terra do Fogo:
- Procure chegar antes das 8 da manhã, quando a entrada de 50 pesos por pessoa não é cobrada. Há uma tacha para carros também.
- A distância da entrada até o parque propriamente dito é bastante grande (acredito que alguns quilômetros), então se estiver a pé prepare-se para caminhar ou peça carona.
- Há 4 campings dentro do parque (organizados e livres) e a entrada é cobrada apenas uma vez caso o turista resolva sair para comprar mantimentos.
- Apesar do nome “camping organizado” eu fiquei bastante decepcionada com a falta de limpeza dos banheiros. Caótico!
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