O sul do Líbano é território visivelmente controlado pelo Hezbollah.
Viajando de carro é possível notar a transição do ambiente, de um território mais capitalista americano (Beirute), para algo mais parecendo sem governo e investimentos. O clima é tenso e as pessoas são mais sisudas.
Em diversos momentos senti-me quase "em casa", no Irã que vivo hoje. Há mais bandeiras iranianas hasteadas do que as Libanesas. E também "velhos amigos" estão em cartazes por todos os lados: Aiatolá Khomeini e Aiatolá Khamenei. Mas a hospitalidade local não é a mesma da iraniana...
Queríamos bater fotos, registrar tanto os monumentos históricos como a vida cotidiana. Queríamos fotos das bandeiras iranianas e das fotos de seus líderes em território libanês, mas sempre que parávamos o carro éramos abordados.
Em uma das ocasiões fiquei com medo. Acho que todos nós ficamos. Era um lugar comum, perto de um centro comercial e uma rotatória. Havia fotos dos líderes iranianos bem no centro da rotatória e ao fundo um Mc Donalds. Contraste bacana, mas o lugar não era para turismo. Rafael desceu para bater fotos e Thomaz decidiu que tiraria as suas de dentro do carro, com sua objetiva de fazer inveja a muitos jornalistas fotográficos. Em poucos minutos começamos a ser rodeados de pessoas. Um jovem muito sério se aproximou do carro, bateu foto da placa e enviou por SMS para "alguém". Rafael então voltou rapidamente, mas não a tempo de irmos embora sem que um outro rapaz viesse e começasse um interrogatório. Pedia nosso passaporte/ documentos e não deixava o Rafael fechar a porta do carro. Tensão. Tentamos explicar em inglês que os passaportes estavam no hotel e que nada tínhamos para entregar a ele. Não eram pessoas do governo ou policiais. Eram da milícia certamente. Após muito bate-boca sem bons entendimentos (eles não falavam inglês), conseguimos dizer a eles que íamos ao hotel. Acho que ficaram satisfeitos pois lá poderiam nos abordar novamente e com mais eficácia. Só não sabiam eles que já tínhamos feito check-out e só passamos para pegar as malas.
Saímos de lá rapidinho...
Pobre eletricista... |
Líderes iranianos homenageados em território libanês. |
A tal foto que quase nos custou um resgate... |
Oi, Carol. Belo texto, diz mais pra mim do que as notícias dos jornais. Boa sorte pra vocês por aí. Beijocas.
ResponderExcluirOlá, Caroline!
ResponderExcluirEncontrei teu blog hoje, por indicação do Riq Freire ao pesquisar sobre Irã e Líbano. Foi uma ótima surpresa! Adorei!
Eu estava pensando na possibilidade de fazer uma viagem para o Irã e o Líbano, qual a tua opinião de juntar estes 2 países numa mesma viagem?
Temos 18 dias na próxima Páscoa, saindo da Alemanha, onde moramos, e não querendo abusar da tua ajuda, quanto tempo vc julgaria necessário para cada país. Trabalho fazendo roteiros de viagens e sei que é complicado dar estimativa exata e cheio de variantes devido ao perfil de cada viajante, mas o que busco é uma ideia inicial, e até mesmo saber se é possível (inclusive não achei voo direto ligando as 2 capitais), e te agradeceria muito se você pudesse me dar uma luz. Claro que me ponho a tua disposição para qualquer ajuda futura, se por ventura eu puder ajudar. :)
Olá Carina
ExcluirEu recomendo 6 dias para o Líbano e 12 para o Irã.
Se eu não me engano, há um vôo da Iran Air direto (Beirute - Teerã), mas não acho que vc conseguirá comprar on-line. Precisas ver se as agências da Alemanhã fariam a compra ou faça contato com alguma no Irã.
Observe também a situação no Líbano antes de decidir a viagem. Veja recomendação da embaixada em:
http://cgbeirute.itamaraty.gov.br/pt-br/recomendacoes_aos_brasileiros_na_regiao.xml
Abraço!
Super obrigada pela resposta, Caroline!
ExcluirUm abraço pra vc e boas festas!