Você sabe que está em Omã quando:

• A comida "tradicional" é a indiana e a libanesa. Raramente encontra-se pratos típicos do país.
• A roupa oficial do homens é o dishdasha (camisa reta comprida até os pés). Em repartições públicas de cor obrigatória branca.
• Os homens usam turbante (muzzar/ musar) ou uma espécie de chapéu em formato de cone (kimah/ kummar/ kuma). O primeiro é para ocasiões mais formais e o segundo para o dia a dia. Vê-se o Sultão usando apenas o muzzar e funcionários públicos devem seguir este padrão.
• A roupa feminina é bastante diversificada e normalmente colorida. O uso do véu não é obrigatório, mas algumas etnias usam até mesmo máscara nas faces. 
• A mão de obra braçal é feita por emigrantes majoritariamente indianos e paquistaneses (há também filipinos, bangladenses, entre outros). O trabalho mais simples praticado pelos omanis é de motorista.
• Todas as construções tem padrão árabe, não tem mais de 6 andares e majoritariamente são pintadas de branco.
• Em todos os lugares típicos, você vê um jarro redondo pendurado, o Jahlah. Este artefato era usado para terem água fresca: a cerâmica bruta é porosa e permite a passagem de resquícios de água. Quando a brisa sopra, faz evaporar a água da superfície, gelando o jarro e fazendo a água interna resfriar-se. Fantástico, não?

Jarro típico encontrado em todos os lugares de Omã, o Jahlah.

Homens em shopping usando a roupa tradicional, o dishdasha, e chapéu kuma.

Omã, um Sultanato que preservou o tradicional de forma moderna

Talvez Omã possa ser classificado como o país mais autêntico e fascinante das arábias. Esqueça os arranha céus dos Emirados e Qatar; esqueça repressões às mulheres como na Arábia Saudita, esqueça perigos de bomba como no Iraque e esqueça as tensões civis do Iêmen. Omã é um país que nos últimos 40 anos desenvolveu-se de forma moderna, com liberdades e tradicionalismo sob o regime do mesmo sultão.
As cidades são harmoniosas, pois há um controle sobre as construções: precisam ter arquitetura árabe, não podem ter mais do que 6 andares e são pintadas em cores pastéis, especialmente o branco.
Ligando as cidades, o viajante dispõe de estradas modernas e bem sinalizadas. Algumas rodovias cortam áreas desérticas com iluminação noturna inclusive!

Um termo que o viajante de início tem que aprender em Omã é "wadi". Wadis são os famosos rios que cortam as montanhas desérticas de Omã, formando lindas piscinas e oásis com vegetação verdejante. Existem wadis com água perene e os que se formam apenas em época de chuvas.
Há inúmeros pelo país, mas um dos imperdíveis e próximos de Mascate (a capital) é o Wadi Shab. Chegando de carro, você tem que atravessar um rio de bote (vários barqueiros estão a disposição para fazer a passagem de pouco mais de 20 metros). A trilha é fácil de seguir, mas com muito pedregulho. Após uma hora de caminhada, chega-se a uma das principais piscinas do wadi: siga inicialmente apenas com os pés na água e depois vá entrando na água pouco a pouco (sandálias ou papetes são ideais de serem usadas aqui), pois a piscina principal não é vista inicialmente. Nade até o final da piscina natural e entre pela fenda que aparecerá entre as rochas! O espaço é suficiente para passar a cabeça ou então mergulhe por 1 metro de distância abaixo da fenda! Pronto! Você chega numa caverna magnífica, com luz natural e água azul turquesa! Lindo Lindo Lindo! Mas observe que é necessário saber nadar para se chegar até este ponto. Ou então leve uma bóia. :-)

Ainda nas proximidades de Wadi Shab, é interessante uma parada para ver e/ ou banhar-se no Bimmah Sinkhole (ou Bayt al-Afreet: casa do demônio, como é chamado pelos locais). Trata-se de uma cratera criada por um meteoro e que pela proximidade com o oceano, criou uma piscina natural de água azul. (coordenada: 23° 2' 8.57" N 59° 4' 19.92" E)

É possível visitar as principais atrações de Mascate em um dia. Pela manhã siga direto para a grande mesquita/ Sultan Qaboos Grand Mosque (abre para visitação todos os dias no período matutino - até às 11 horas, exceto sextas-feiras). Aprecie a enorme arquitetura e no salão principal o maior tapete persa do mundo (até agora, pois um ainda maior está sendo feito para os Emirados Árabes)!

Depois da mesquita, siga direto para o palácio do Sultão, para uma foto apenas pelo lado de fora (não é possível visitar por dentro). O museu Bayt al-Zubair a 5 minutos de caminhada também é interessante, especialmente pelas fotos expostas. Depois passe o fim de tarde na região de corniche (beira mar) e no Mutrah Souq (bazar) para compras. Os artesanatos vendidos em Omã são em sua maioria de outros países (Turquia, Irã, India, etc) e assim, super-faturados. Não acredite nas informações passadas pelos vendedores (majoritariamente indianos terceirizados e desinformados): para ganhar um cliente contam qualquer história... Vendo algumas cerâmicas persas no bazar, interessei-me de saber o preço: contou-me um indiano que eram cerâmicas da Turquia feitas especialmente para Omã!! Pura mentira! E o preço: quase 20 vezes mais caro que no Irã!

Artesanato tradicional em Omã são as jóias de prata e as cerâmicas de barro (não pintadas). Outro artigo para compras são os franquincensos, uma resina aromática usadas para perfume e incenso (as mesmas dadas ao menino Jesus, segundo a Bíblia).

Em Mascate as casas são todas pintadas de branco ou cores claras.

Sultan Qaboos Grand Mosque

O grande candelábrio da mesquita.

O maior tapete persa do mundo foi feito sob medida, perfeitamente "recortado" ao redor das colunas.

Wadi Shab e uma das suas piscinas naturais.

Bimmah Sinkhole: a casa do demônio é bem refrescante!

Palácio do Sultão.

Franquincenso.

Jóias de prata são típicas do país.

Cerâmicas vendidas aos milhares em Omã.

Dicas extras:

• Para economizar nos passeios, alugue um carro você mesmo. Um econômico custa em torno de 40 dólares, enquanto um 4x4 custa de 80 a 100 dólares. Mesmo assim vale a pena, pois um pacote de 1 dia (carro + motorista) custa mais de 300 dólares no país.
• Um chip pré-pago com internet também não é caro. O pacote para 1 semana com internet não custa mais de 10 dólares e pode ser adquirido na chegada do aeroporto.

Reportagem do Globo Repórter sobre Omã (abril/ 2012)

Semana de festas no Irã!!!

A última semana foi de fortes emoções no Irã.
Internet sem funcionar e ligações telefônicas instáveis, "anunciando" a chegada das eleições presidenciais.
Dos mais de 600 inscritos para se candidatar a presidente, 8 foram aprovados pelo Conselho dos Guardiões, um grupo de especialistas em república islâmica, metade nomeados pelo Líder Supremo. No Irã não há partidos políticos, então qualquer pessoa pode se candidatar apresentando os documentos exigidos.
Nunca uma mulher foi aprovada para ser candidata a presidente desde a Revolução Islâmica de 1979, mas várias se inscrevem para se fazer presentes. A alegação para a "rejeição" das mulheres pelo Conselho dos Guardiões são duas: 1 - a interpretação da constituição, que utiliza uma palavra que tanto pode significar "seres humanos" como apenas o homem (sexo masculino) para validar o candidato; 2 - até o momento nenhuma mulher candidata apresentou os requisitos mínimos para o cargo (dentre eles, experiência legislativa mínima).
Enfim, dos 8 candidatos "homens" aprovados para as eleições de 2013, 2 eram ditos como "reformistas". A palavra reformista no Irã não quer dizer que a pessoa não siga uma linha islâmica, mas que acredita em mudanças e quem sabe, mais liberdade e diálogo com o Ocidente.
No decorrer das campanhas, um dos reformistas e um dos conservadores desistiram da campanha. A estratégia mostrou-se particularmente eficaz para os reformistas: apenas 1 candidato seguia com este "título", e este, pasmem, era um xeique, daqueles com turbante na cabeça e tudo. Afinal, um religioso não pode ser um reformista?? Curiosamente dentre os conservadores, nenhum era clérigo!
Contra qualquer previsão possível de ambos os lados, o reformista Rouhani ganhou as eleições no primeiro turno. A cidade então parou! O povo foi para as ruas, bandeiras tricolores do Irã no ar e cartazes do novo presidente. Muita cantoria e dança. Esperança no rosto de homens, mulheres e crianças. Esperança por um presidente com mais diálogo, e por que não, que concorde com mais liberdades individuais?
A festa entrou noite a dentro. As ruas viraram discotecas, com música alta e jovens dançando. Tudo isso no sábado, dia 15 de junho, apenas 1 dia após as eleições.

E então outra festa acontece: jogo de futebol Irã x Coréia do Sul, no dia 18.
1 x 0 para o Irã, classificando-o para a Copa do Mundo no Brasil em 2014!
O que o iraniano poderia querer mais?
O povo foi para as ruas novamente, para mais um baile ao ar livre! :-)

Cartaz de campanha do presidente eleito Rouhani.

Apesar de nenhuma mulher ter sido aprovada para ser candidata a presidente, nas eleições municipais, elas estão presentes:

Chitgar: o parque das bicicletas!

Com 14,5 hectares de área, Chitgar é o maior parque verde de Teerã. Localiza-se na saída oeste da capital, na estrada que liga Teerã a cidade de Karaj. Fica um pouco distante de quem mora no centro da cidade, mas para um programa de um dia inteiro, vencer o trânsito compensa.
Sextas-feiras o parque fica absolutamente lotado e para apreciar um clima mais calmo, é bom evitar este dia da semana. No entanto, se você gosta de observar pessoas e ver iranianos em ação no parques, sexta-feira é um excelente dia para você ver todos os estilos de pessoas (desde as famílias mais religiosas aos jovens mais modernos paquerando discretamente).
A grande atração do local é a estrutura para andar de bicicleta. Diversos quiosques alugam bicicletas e há pistas para todos os gostos: exclusiva para homens, exclusiva para mulheres e mista (com 5,5 quilômetros de trilha muito bem sinalizadas). O aluguel de bicicletas custa pouco mais de 1 dólar para 1 hora.
Há restaurantes no parque e área para piquenique. Muitas churrasqueiras estão espalhadas e disponíveis gratuitamente debaixo das árvores, mas chegar cedo é imprescindível para garantir exclusividade.
Visitar o Irã e não ir a um parque é perder de ver o que há de mais tradicional em termos de lazer no país: piquenique com amigos e a família.

Dica: seja simpático, saúda as famílias ("Salam") e é muito provável que você será convidado para apreciar um kebab com as famílias.

Sinalização indica lugares para beber água, alugar bicicletas e tráfego de veículos de 2 rodas.
(Foto: Sergio Álvarez González)

Pistas de ciclismo em meio às árvores. (Foto: Sergio Álvarez González)

Brasileiros e espanhóis com suas bicicletas alugadas. (Foto: Sergio Álvarez González)

No parque há também trilhas para caminhadas.

Iranianos espalham-se pelo parque com seus tapetes e apetrechos de piquenique.

Para encontrar o Chitgar Parque no mapa:

Exibir mapa ampliado