23 de junho de 2017

Rafting no Grand Canyon - dia 6 de 6 (21/05/2017)



Os que sairiam do cânion no sexto dia acordaram mais cedo e após o café já estavam com tudo ajeitado. Nos despedimos e partimos do acampamento em 2 botes (lembrando que estávamos em 6 botes), somente com o povo que ia encarar a Bright Angel Trail. Os demais ficariam mais um pouco no acampamento para desmontar o refeitório, banheiros, purificador de água e empacotar toda a tralha.

Tivemos mais algumas milhas de rio e algumas corredeiras. Hoje não teve disputa para ver quem ia na frente do bote, pois ninguém queria ficar muito molhado para a trilha empoeirada. Eu fiquei no "meio" e me molhei parcialmente.

Na pequena praia que desembarcamos me despedi da líder Kristin, uma mulher bonita de 30 anos que deixa muito homem no chinelo em termos de força e coragem. Kristin ficaria na praia com os 2 botes aguardando os novos passageiros que desciam a trilha. BJ, o outro guia que estava conosco, subiu a trilha acompanhando o mais lento do grupo até encontrar o mais lento que descia (acompanhado de outro guia da empresa). Nesta logística, os guias "trocam de posição", cada um retornando de onde veio com o passageiro mais lento. Tratei de me despedir logo de BJ, pois sabia que no nosso grupo eu certamente não seria a mais lenta: tínhamos uma colega que tinha machucado os pés 2 vezes nos acampamentos (tropeçando em pedras) e ela já anunciava que faria a trilha muito devagar. A minha mochila era também uma das mais leves do grupo e isso me ajudaria a vencer melhor os 12 km de subida (1,4 km de elevação do rio até o topo).

Não tive pressa para iniciar a trilha, porque na verdade eu não queria ir embora do rio. Aqueles primeiros 2 dias de sofrimento/ adaptação já não faziam mais parte dos meus sentimentos. Eu queria prosseguir naquele riozão, por todas as 226 milhas. As 89 milhas que eu tinha feito não pareciam mais grande coisa. Mas agora eu tinha que ir, e chorei de saudades.

Na trilha acabei me distanciando dos que estavam na frente ou atrás e foi mágico estar naquela montanha sozinha. Vez ou outra alguém passava descendo e rolava uma pequena saudação (como é de praxe entre os que pertencem a um mesmo "grupo").

Da metade da trilha em diante alcancei Duncan e Dan, um britânico e outro americano que estavam no meu grupo. Dan estava cansando e insistiu em ficar para trás para fazer mais paradas. Assim, seguimos eu e Duncan até o topo.

Ao longo do percurso, felizmente, os 3 postos/bombas de água estavam funcionando e não precisei economizar nos fluídos. O parque só dá garantia que um funciona sempre. Paramos várias vezes para largar um poucos as mochilas, para hidratar e comer. Achei que tinha feito um tempo até bem longo para subir tudo: 5 horas e 15 minutos. Mais tarde descobri que tínhamos sido um dos primeiros a terminar. Nossos amigos depois relataram que a maioria terminou entre 7 e 8 horas a caminhada.

Sair daquele cânion e encontrar aquele povo todo "turistando" no topo com celular e sorvete na mão foi mais que chocante. Foi um grande choque, na verdade. hahahaha

Mas a civilização também me agrada: lençóis limpos e sem areia, ducha quente e hambúrguer e refrigerante gelado! Um brinde ao fim de mais esta aventura que recomento a você!

Despedida de Kristin e BJ.

Pela trilha com minha mochila minimalista: tudo que usei em 6 dias estava nela!

Muitos avisos pela trilha advertiam para os perigos do deserto, desidratação e da longa trilha.

Uma das principais paradas ao longo da trilha: o Indian Garden!

Ponto de abastecimento de água no Indian Garden

Mais um ponto de água faltando 3 milhas para o topo.

O zigue-zague da trilha visto do alto dava orgulho.

Chegada ao topo!



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